Noticiado pelo CQCS nesta terça-feira, 03/09, a Tesla, fabricante norte-americana de veículos elétricos, lançou uma seguradora exclusivamente para proteger os carros da marca na Califórnia, nos Estados Unidos. Informações da própria Tesla mostram que em alguns casos, a economia pode chegar a até 30%. A notícia se espalhou rapidamente pelo mundo e o produto lançado pela fabricante de carros elétricos não é visto como disruptivo ou capaz de quebrar o paradigma da indústria dos seguros no curto prazo.
Analistas do Crédit Suisse, que participaram de uma apresentação da empresa a propósito do seguro, disseram ao jornal português Reinsurance News, “é mais provável que a Tesla se torne parceira de múltiplas seguradoras do que se torne uma formidável competidora no mercado”.
Segundo a própria Tesla, a economia obtida seria possível porque a Tesla conhece seus veículos melhor do que ninguém, considerando a tecnologia avançada de condução semi autônoma e a manutenção dos carros.
O custo médio de um seguro na Califórnia para um Tesla no começo de 2019 era de US$ 841 (aproximadamente R$ 3.505) por ano. Com um desconto de 20%, o consumidor poderia gastar US$ 168 (R$ 700) a menos. A ideia agora é que a Tesla amplie seu serviço para todos os Estados dos EUA. As coberturas e seus custos variam, com clientes que possuem mais de um carro da montadora podendo ter descontos. Entretanto, a empresa diz que não utilizará dados, como posicionamento de GPS e imagens de câmeras, captadas pelo veículo, para determinar os preços finais. A autoridade reguladora do estado da Califórnia (California Department of Insurance) tem um documento apontando que o programa segurador da Tesla seria assegurado pela State National Insurance Company, uma seguradora subsidiária da Markel Corporation, que já tinha servido de incubadora a outros projetos especiais de outros proprietários. O seguro da Tesla atende apenas a região da Califórnia. Nos Estados Unidos, os segurados enfrentam o problema de um veículo Tesla ser tido como um produto complexo, com tempos de reparação longos e frequentemente com maiores custos, além da disponibilidade de peças não ser perfeita.
No entanto, a Tesla tem a seu favor que os carros que fabrica serem menos suscetíveis de se tornarem perdas totais em resultado de acidentes. Também o uso pioneiro de telemática pode permitir um conhecimento mais profundo da utilização dos veículos seguros e consequente maior controlo sobre os riscos.
Os analistas ouvidos pelo Eco Seguros lembram que sempre que um gigante tecnológico entra num setor pensa-se logo em disrupção. Eles reafirmaram que a entrada da Tesla no negócio dos seguros não é uma ameaça maior que outras, de outras origens, que o setor enfrenta.
FONTE: CQCS | Sueli Santos com informações Reinsurance News